'AGRICULTURA FAMILIAR E ORAÇÃO ME DÃO FORÇAS PARA SUPERAR UMA GRANDE PERDA', DIZ SEREMA, PRESIDENTE DA FEIRA DE CORONEL VIVIDA

Finalizando a série "Mãos que fazem", hoje contamos a história de Serema Machado da Silveira, presidente da feira da agricultura familiar de Coronel Vivida

Crédito: Marti Donel

Crédito: Marti Donel

Serema Machado da Silveira tem 52 anos de idade e, desde sempre, mora na comunidade de Linha São Luís, interior de Coronel Vivida (PR). Ela é a presidente da feira da agricultura familiar, que ocorre todas as quartas e sextas-feiras no município, na praça José Auache.

Filha de agricultores (em memória), ela herdou de seus pais um pedaço de terra, onde seguiu com os trabalhos do campo, juntamente com o seu marido, Valdir da Silveira (Dida); e o sobrinho/filho de criação, Jonathan Sgarbossa.

Como Dida é pedreiro, ele trabalha durante a semana nas obras e auxilia Serema aos sábados e domingos. Jonathan também seguia essa rotina de trabalho com Dida, porém, infelizmente, há mais de três anos, não venceu a luta contra o câncer e veio a falecer.

"Perdi meu filho de criação. Essa é a maior dor que tenho na vida. A agricultura familiar e a oração me dão forças para tentar superar essa dor", diz a feirante e ministra da Eucaristia, completando que por motivos de saúde não pode ter filhos biológicos, e o casal acabou adotando o sobrinho e a sobrinha, quando sua irmã faleceu há 27 anos.

"Jonathan nos ajudava com a produção das verduras. Inclusive, era um grande incentivador, dizendo que nunca era para vendermos a nossa pequena propriedade. Mas, sim, sempre cuidar, manter e cada vez mais melhorar", relembra emocionada.

Como começou a feira

Justamente com o incentivo do filho, em sempre seguir no campo, além de um grande apoio da cooperativa Cresol União, surgiu em Coronel Vivida a feira da agricultura familiar.

"A feira começou há mais de 12 anos, por meio do programa Gênero e Geração, promovido pela Cresol, que proporcionava cursos, palestras, encontros e formação para as mulheres. Através desse programa, vimos que, em um município de nosso porte, não tinha feira. Então resolvemos começar".

Ela lembra que, no começo, a feira ocorria na praça Getúlio Vargas; e, desde o mês de maio de 2022, passou a ser realizada na praça José Auache. "Se conseguimos a feira, foi devido à uma união de esforços, tanto da Cresol, como do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Coronel Vivida (Sintraf), do poder público, da igreja e da imprensa local, que sempre nos apoiaram".

Produção

Assim como era no tempo dos seus pais, Serema e Dida trabalham com uma diversidade de produtos, provenientes da agricultura familiar.

Repolho, beterraba, brócolis, mandioca, feijão, saladas, frutas de época, além do cultivo da cana-de-açúcar, são apenas algumas das inúmeras variedades que eles produzem e que ela comercializa na feira. Ela conta que também são produzidos outros itens, como carne e ovos, porém, esses são destinados ao consumo próprio da família.

"Procuramos, entre todas as agricultoras, sempre inovar e trazer grande variedade de produtos, sempre com qualidade; algo que prezamos muito", afirma, destacando a união existente entre o grupo, "que é uma grande família".

Para Serema, ser um agricultor familiar não é fácil. "Tem que gostar muito do que faz. Além disso, é preciso saber lidar com as intempéries e o trabalho em si, que é bem pesado, já que se trata do cultivo sem veneno; mais braçal; muitas vezes feito com a enxada mesmo. Ao mesmo tempo, é muito gratificante saber que estamos produzindo alimentos de alta qualidade para os vividenses e região", avalia, completando que o movimento na feira vem aumento cada dia mais, o que "é muito importante também para as rendas das nossas famílias".

Agradecimento à Floricultura Flores e Cia, em Coronel Vivida, pela gentileza em disponibilizar o espaço para as fotos.

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https://portalvividense.com/noticia/8556/projeto-maos-que-fazem-contara-historias-das-mulheres-da-feira-da-agricultura-familiar-de-coronel-vi.html