O mês é Agosto Lilás, uma campanha para combater a violência contra a mulher e reforçar sobre a Lei Maria da Penha. A campanha foi criada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e aderida em vários Estados.
Tenho lido e pesquisado muito sobre a violência contra a mulher; bem como conversado com muitas mulheres e simpatizantes desta causa.
Então, decidi escrever. Quem sabe o texto tenha inúmeras interpretações, quem sabe alguém não concorde e até julgue, mas, enfim, prefiro expressar meu ponto de vista.
Uma coisa me intriga é que a violência começa por nós [como assim, Adri??]. Você pode questionar, mas é real. Nos violamos quando aceitamos relacionamentos abusivos; quando aceitamos menos do que merecemos; quando nos achamos incapazes de conquistar e fazer determinadas coisas; quando não aceitamos nosso corpo; quando não usamos uma roupa, pois corremos o risco de não gostarem; quando pensamos muitas vezes: "Será que eu posso fazer isto?". Será correta esta atitude? Quando um homem nos diminui e aceitamos, pois "poxa vida, ele é assim...".
Nestas trocas, ouvi também sobre PARTIDAS e términos de relacionamentos, e fiquei a pensar: "Por que nós, mulheres, sofremos com isto??".
Algo dentro de mim respondeu: "Porque fomos criadas para servir um bando de machistas, talvez" ou "Porque fomos educadas para namorar, casar e ter filhos, e que mulher tem que aguentar...".
Mas aí lembrei que estamos em 2021 e podemos fazer diferente. Chutar a latinha da minhoca (ouvi há algum tempo... rsrsrsrs) e, realmente, às vezes é preciso.
Então, quando alguém ameaçar ir embora, permita que vá de uma vez por todas.
Quando alguém falar "Acabou", tudo bem. Você não precisa implorar para que fique, muito menos deixar a porta entreaberta, na esperança de que um dia essa pessoa volte por você.
Deixe um aviso na entrada do seu peito: "Quem saiu por escolha própria, não entra mais por AMOR PRÓPRIO".
Temos o hábito de criar mentalmente a sensação de rejeição. Isso não é nada bom para nossa mente, muito menos para o nosso coração.
Quem não quer ficar em nossa vida, realmente deve seguir seu caminho e deixar espaço livre para que um novo amor possa entrar — caso você queira —, porque afinal, quando somos nosso único amor, já não sofremos pelos outros... Ou a pessoa te transborda, ou ela não te serve.
Quando ficamos focando na pessoa que se foi ou quer ir, esquecemos de nós, de nos amar e acabamos por cometer um grande erro, que é esquecer de cuidar da gente.
Nenhum homem vale nosso desgaste emocional. Se cuide, se ocupe e você passará a exalar sensualidade. Analise sempre quem você vai deixar permanecer na sua vida.
Homem complicado, indeciso e que não te dá o valor que você merece não deve ficar. Homem com "Síndrome de Gabriela" (eu nasci assim e assim sou, nunca vou mudar)? Esteja longe deste tipo... só te atrasa a vida. Tenha como objetivo, melhor dizendo, como meta de amor: aquele que te enxerga como um MULHERÃO, porque você é um!
Menos que isso, você mesma deve abrir a porta do seu coração e dizer: eu não te quero mais! Afinal, pare de buscar a metade da laranja, pois nem eu e você somos metade... somos inteiras. Então se é para vir, que seja inteiro! Duas laranjas inteiras [sim] têm significado.
Vamos debater mais sobre o assunto, sobre analisar e nos posicionar.
Sou grata pela luta de outras mulheres, que vieram antes de mim, caso contrário, não estaria eu aqui escrevendo ousadamente o que penso.
Mês de novembro é marcado pelo dia Internacional da Luta Contra a Violência à Mulher. Enquanto não chega, estou a gestar, juntamente com uma super amiga, o projeto MULHERES QUE BRILHAM, inspirado em mulheres e diálogos sobre todos os assuntos. Também em alguns homens, homens estes que marcaram as nossas vidas de maneira positiva e negativa. Logo ali na frente, falaremos sobre.
#AgostoLilás #Nãosecale #180
*Adriani Marinho de Mello é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Coronel Vivida. Formação em Pedagogia e em Gestão Escolar. Atualmente é pedagoga na Escola Municipal Tiradentes, em Coronel Vivida