Na última semana, na comunidade de Abundância, interior de Coronel Vivida, a famÃlia Grando e a empresa Rise Go [especializada em processamento de dados e fundada em 2019 no municÃpio] apresentaram uma nova tecnologia desenvolvida pela empresa, para análise do leite produzido na propriedade.
Trata-se de uma ferramenta, instalada dentro do tanque de leite, a qual utiliza inteligência artificial para fazer a leitura do material a partir da emissão de ondas.
Com isso, a ideia é promover mais agilidade e oferecer uma ferramenta para auxiliar o produtor, a fim de que faça o seu manejo de forma mais eficiente e, consequentemente, produza mais.
Conforme Valdinei Matias de Jesus, economista e um dos desenvolvedores do equipamento, até então era enviada uma amostra a cada 30 dias ao laboratório credenciado ou o laboratório do laticÃnio.
Agora, por sua vez, é possÃvel com que o produtor tenha leitura direta dessa análise no visor a cada cinco minutos, com informações como Ãndices de PH, temperatura e volume. Também leitura indireta como CCS (Contagem de Células Somáticas) e a CBT (Contagem Bacteriana Total), gordura e sólidos totais.
Para isso, basta a propriedade ter internet e um smartphone, podendo acompanhar tudo na palma da mão. Com essa tecnologia, segundo Jesus, é possÃvel ter dados precisos, que ajudarão o produtor em várias questões, como monitorar a qualidade do leite e também na alimentação dos animais. Ele reforça que a tecnologia não substitui a análise de laboratório, mas complementa.
Indústria
O lançamento do projeto contou com a presença de várias pessoas, como Evandro Desconsi, diretor de operações da HE LaticÃnios de Coronel Vivida, empresa para a qual é destinada hoje toda a produção de leite da famÃlia Grando.
Ele vê com bons olhos a chegada de novas tecnologias que auxiliem o produtor, pois, com isso, o ganho é de todos. Tanto do produtor, com informações precisas sobre sua produção e aonde tem que melhorar; como da indústria, que certamente terá matéria prima de qualidade, algo que a indústria busca hoje, a fim de atender os consumidores cada vez mais exigentes.
"São iniciativas como essa que fazem a cadeia se fortalecer. E faz reconhecermos que o Sudoeste cada dia tem se tornado um agente impulsionador da cadeia do leite no Brasil".
Pioneiro
Francimar Grando e famÃlia abriram as portas para a empresa implantar essa tecnologia, há cerca de um ano e meio.
"Essa história começou, pois Matias conhece meu irmão e comentou com ele que estava com dificuldade para encontrar uma propriedade para implantar o projeto. Como há algum tempo a famÃlia vem investindo em melhorias para a produção de leite, conversamos e resolvemos aceitar, disponibilizando nossa propriedade para esse experimento, que vem para agregar", diz.
Ele conta que, desde 2008, a famÃlia trabalha com leite, mas a propriedade aumentou há cerca de dez anos. "Investimos pesado. Hoje estamos com 64 vacas na ordenha, que produzem uma média de 30 litros/vaca por dia. Toda a produção é destinada ao HE, desde que começamos".
Além dele, trabalham na propriedade sua esposa, tio, pai, irmão e filhos. Segundo Grando, quando foi lhes apresentada essa nova forma de análise do leite, todos ficaram entusiasmados e decidiram testá-la.
"Os resultados são satisfatórios, assim como o ganho de tempo e custos também. Antes levava em torno de uma semana para termos o resultado de análise de uma fração da nossa produção de leite. Hoje temos o acesso às informações de todo o lote na palma da mão", afirma, finalizando que a famÃlia não teve despesas com a implantação do projeto, apenas cederam a propriedade para desenvolvê-lo.
A partir de janeiro do próximo ano, a empresa passará a oferecer e comercializar essa ferramenta aos demais produtores rurais.