Mulher que sofre violência precisa ser ajudada e não julgada

Promotora diz que romper um ciclo de violência é muito difícil para a vítima e, por isso, o papel da sociedade é ajudar de todas as formas possíveis, sem preconceitos

Crédito: Reverberando

Crédito: Reverberando

Os números mostram que a violência doméstica continua sendo uma dura realidade para a população feminina. Mais de 30% das mulheres já foram ameaçadas de morte. Uma em cada seis foi vítima de tentativa de feminicídio. Para piorar, existe uma parcela considerável da população que entende que a mulher tem culpa por ser vítima de algum tipo de violência.

Esses números foram o assunto da edição 42 do Reverberando, transmitida ao vivo no YouTube. Lyncon Busatta, Mateus Guima e Thiago Denardi conversaram com a promotora Elineide Andrade.

De acordo com ela, romper o ciclo de violência é muito difícil para a maioria das vítimas. Isso acontece por uma série de razões. Uma das principais é a preocupação com os filhos e como eles reagirão caso alguma medida seja tomada contra os agressores.

Para Elineide, o papel da sociedade não é julgar as mulheres por não conseguirem superar uma realidade de violência e sim ajudá-las a tomar a iniciativa correta, de denunciar quem agride para que essas pessoas possam ser responsabilizadas pela Justiça.

Sobre o ciclo de violência, a promotora explicou que, geralmente, ele começa com insultos e humilhações, passa a agressões leves e, por fim, chega a resultados extremos, muitas vezes com o assassinato da vítima, chamado de feminicídio, que é quando a mulher é morta por questões de gênero.

Elineide disse que é muito significativa a chance de o agressor concretizar uma ameaça, inclusive de morte.

Por isso, a recomendação para as mulheres é para que não deixem que as ameaçadas passem a agressões porque é um cenário que tende a se agravar muito rapidamente.

Assista ao Reverberando sobre violência doméstica: