Agroindústria familiar recebe SIM e passa a comercializar mel em Coronel Vivida

Crédito: Arquivo pessoal

Crédito: Arquivo pessoal

Elisangela Maria Ceratti Loregian é filha de agricultores. Assim, desde pequena tem contato com as atividades do campo. Uma delas é a apicultura, algo que a marcou tanto que acabou herdou para a propriedade dela e de seu esposo, Ivo Loregian.

Casados há 24 anos, eles moram na comunidade de Nossa Senhora da Salete, interior do município de Coronel Vivida, e têm como principal atividade o leite, seguidos de soja e milho.

Há cerca de 15 anos, um dos irmãos de Ivo [que trabalhava com mel] se mudou de Coronel Vivida. Com isso, despertou em Elisangela a vontade de retomar essa atividade que tanto gostava de realizar quando criança e adolescente.

"O pai trabalhava com isso, então desde pequena o ajudava. Depois que casei, parei por um tempo. Como um dos meus cunhados que trabalhava com isso foi embora, compramos suas caixas e outras coisas que ele tinha para a apicultura e começamos".

Elisangela lembra que, desde àquela época, a produção era para consumo próprio e pessoas próximas. Porém, com o passar do tempo, eles perceberam que poderia de fato ser algo rentável a longo prazo. E o que impulsionou ainda mais a ter esse olhar foi o curso "Negócio certo", feito pela agricultora em 2019.

"Nele, havia uma atividade em que precisávamos escolher três coisas que cada participante mais gostava. Escolhi morango, nozes e abelhas. Depois havia um questionário de conhecimento, por meio do qual cheguei até o mel. Com isso, corremos atrás e fizemos curso de apicultura para termos mais conhecimento. Embora a gente saiba, sempre aprende algo novo", relembra.

Ainda, em 2019, o casal começou a busca pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM), certificação que possibilita com que seja comercializado o produto em todo o município.

Na última semana, finalmente eles conseguiram o SIM, passando a classificar a sua produção como Unidade de Beneficiamento de Produtos de Abelha e agora podem comercializar tanto em estabelecimentos comerciais, como para pessoas físicas.

Entrega

A certificação foi entregue pelo secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Assioli Santos; pela médica veterinária e fiscal do Serviço de Inspeção Municipal dos Produtos de Origem Animal (SIM/POA), Manuela Brancalione Menegatti; e a responsável técnica e assessora de regularização, Adriana Menegaro, representando a Ideal Consultoria em Alimentos.

Elisangela conta que várias foram as etapas para que o sonho se tornasse realidade, pois a liberação demanda espaço adequado e acompanhamento técnico. Também a aquisição de outros maquinários de inox e rotulagem.

A estrutura, de 30 metros quadrados, fica no porão da moradia. Nela, além do casal, trabalha o filho mais novo, Luciano; e conta também com o apoio do primogênito, Felipe.

Segundo ela, nesse ano a produção passou de uma tonelada de mel. "Se a comercialização for boa, talvez a gente tenha que fazer parceria com outros apicultores (se eles aceitarem também seguir o protocolo necessário)", observa, completando que a última colheita ocorreu no mês de janeiro.

Certificação

Para obter a certificação, a fim de comercializar esse e outros produtos de origem animal, primeiramente o produtor precisa entrar em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural.

Conforme Manuela, com isso, "damos todo o suporte ao produtor, uma vez que o processo é algo burocrático e precisamos seguir as leis", afirma, comemorando a entrega do selo aos produtores.

Com isso, é necessário simultaneamente acompanhamento técnico, para verificar se é viável ou não a obtenção desse selo. Assim, de acordo com Adriana, antes de tudo é importante que o produtor tenha uma habilidade ou um produto disponível na sua propriedade.

"Se ele tem leite, pode fazer queijo, leite pasteurizado; o que tem mel, pode fazer a extração desse mel. Enfim, tudo se inicia a partir de um estudo na propriedade para construir um local adequado para fazer a extração/manipulação desse produto".

Por isso, ela ressalta a importância da orientação técnica, "pois não adianta construir um estabelecimento de forma errada. Então, a partir de um técnico observando, são repassadas as informações necessárias e, junto com o apoio da Fiscalização, vamos discutindo", explica, ressaltando o trabalho conjunto entre o responsável técnico, fiscalização e o produtor.