DAS SALAS DE AULA, PARA A FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR

Iniciando a série "Mãos que fazem", hoje contamos a história de Nivea Bergamaschi Nichelle, produtora de geleias em Coronel Vivida

Crédito: Marti Donel

Crédito: Marti Donel

Nivea Bergamaschi Nichelle é moradora da Linha Bergamaschi, interior de Coronel Vivida (PR). Conta ela que o seu pai e o seu avô vieram do Rio Grande do Sul, e se instalaram nessa comunidade, na qual ela vive até os dias de hoje.

Formada em Pedagogia, Nivea atuou durante anos como professora. Porém, devido a problemas pessoais, precisou parar de lecionar, surgindo então o projeto de produção de geleia, que acabou dando certo.

Ela diz que, desde a época de sua avó, a família produz geleias em casa para o consumo da família. Entretanto, a sua primeira produção comercializada ocorreu de forma inesperada, em 2019.

"Como tinha bastante laranjas na propriedade, certo dia eu disse para a minha mãe que faria geleia com elas. Após terminar, enviei mensagem para a minha irmã, pedindo se poderia me ajudar a vender. E ela conseguiu comercializar tudo em uma única tarde", relembra, completando que foram produzidos em torno de 15 vidros.
Com isso, surgiu a ideia de construir a Agroindústria Bergamaschi — em setembro do mesmo ano —, e procuraram os órgãos responsáveis para fazer tudo de acordo com as normas exigidas.

Produção

Para agregar com a receita de família, Nivea fez uma especialização em geleias no Senar, na qual aprendeu várias técnicas de produção, armazenamento, higienização das frutas e vidros, além do fechamento da tampa, entre outros.

Além de laranja, hoje na agroindústria são produzidas geleias de jabuticaba, laranja com abóbora, mamão verde com abóbora, morango, manga com maracujá, acerola, uva, pétalas de rosas e figo.

"Produzimos, mensalmente, em torno de 20 kg de geleia de cada sabor. Quando é encomendada para as escolas, pode chegar até 100 kg de cada fruta", afirma a agricultora.

As produções são vendidas tanto na feira da agricultura familiar (nas quartas e sextas-feiras, na praça José Auache), como também para a merenda nas escolas, e sob encomenda na própria agroindústria.

Frutas

Com exceção do morango, as demais frutas utilizadas nas geleias são de produzidas na propriedade da família, pois, segundo Nivea, "o meu avô sempre gostou de muitos pés de fruta plantados", diz, completando que o seu esposo, Jocemar Nichelle é o responsável pela produção e cuidado com as frutas.

Além da agricultora, ajudam na agroindústria a sua mãe, Litia Bergamaschi; e o seu pai, Antônio Bergamaschi, que devido à idade não conseguem mais trabalhar com a lavoura e são os maiores incentivadores.

Nivea conta que, na época da construção da agroindústria, teve ajuda do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar/Emater), que desenvolveu o croqui; e da vigilância sanitária de Coronel Vivida, por meio do médico veterinário Miguel Carli (em memória), que lhe ajudou, orientando-a sobre o projeto.

Já a construção da estrutura em si (situada próxima à casa família, com 7x4m²) ficou por conta do seu esposo e do seu cunhado.

Quanto à participação na feira da agricultura familiar, Nivea destaca que ocorreu por meio da também agricultora Loreci Rezende Zuck Foppa, que já participava da feira. "Ela pediu para levar o meu produto e me associei", relembra, agradecendo-a.

Nivea finaliza, ressaltando a importância da agricultura familiar, pois, para ela, "tudo é feito com muito amor e carinho. O trabalho é feito pensando no outro, já produzimos preocupados se o consumidor vai gostar dos produtos".

Agradecimento à Floricultura Flores e Cia, em Coronel Vivida, pela gentileza em disponibilizar o espaço para as fotos.

Quer saber mais sobre a série "Mãos que fazem"? Clique no link abaixo:

https://portalvividense.com/noticia/8556/projeto-maos-que-fazem-contara-historias-das-mulheres-da-feira-da-agricultura-familiar-de-coronel-vi.html