Há pouco mais de um ano, o primeiro caso de covid-19 era confirmado no Brasil. De lá para cá, muita coisa mudou, e, atualmente, o País enfrenta grandes desafios, como alta taxa de desemprego e queda no poder de compra da população.
No setor de frutas e hortaliças, especificamente, a equipe da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, acompanhou, ao longo deste último ano, todos os impactos da covid-19 sobre a cadeia e também as oportunidades e as estratégias de negócio para manter ativas as vendas desses alimentos.
Na edição de abril, a equipe traz um balanço de como o setor enfrentou as dificuldades geradas pela pandemia, além de perspectivas de investimentos nos HFs.
Pesquisadores ressaltam que os primeiros meses de 2021 já evidenciaram que o ano deve ser novamente desafiador. Restrições ainda mais severas em diversas regiões brasileiras foram impostas em março e abril, e importantes canais de escoamento de HF tiveram funcionamento limitado. Esse cenário resultou em diminuição na demanda por HFs e, em consequente, queda nos preços pagos aos agricultores, até de produtos que apresentavam menor oferta nas roças.
Ainda que um novo auxílio federal tenha sido liberado em abril, a taxa de desemprego está elevada e o poder aquisitivo da população bastante fragilizado. Nesse contexto, o setor de HF precisa fortalecer as inovações de negócios já impostas ao longo do ano passado e seguir se adaptando a possíveis novas alterações em 2021.
O cenário será ainda mais desafiador aos agricultores e comerciantes de cadeias de negociação com maior número de intermediários, que já foram os mais prejudicados em 2020.
Nestes casos, será preciso buscar alternativas, como vendas diretas e algumas formas de integração, para favorecer o escoamento da produção. A favor do setor estão os hábitos mais saudáveis da população, que podem sustentar a demanda por frutas e hortaliças, e também as facilidades das compras de alimentos on-line.