Apesar dos temores iniciais, a pandemia de Covid-19 trouxe poucos impactos negativos às exportações de frutas do Brasil. Em volume, todas as principais frutas exportadas superaram os envios médios dos últimos cinco anos – e a maioria, inclusive, registra performance superior à observada em 2019, que já havia sido considerado um bom ano.
Segundo pesquisadores da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, as exportações foram beneficiadas pela demanda aquecida (tendo em vista o apelo da alimentação saudável) e por problemas em alguns países relacionados à pandemia e a questões produtivas.
O dólar valorizado frente ao Real também favoreceu bastante os embarques, já que torna produtos brasileiros mais atrativos no mercado externo.
A moeda norte-americana elevada permitiu que exportadores baixassem o preço médio (em dólar), sem deixar de ter boa rentabilidade em Real, mesmo em períodos pouco usuais de embarques.
O Brasil, no geral, conseguiu manter sua oferta de frutas, o que estimulou as exportações à União Europeia, a qual, por sua vez, manteve firme a demanda por frutas e vegetais frescos durante a pandemia.
E a equipe da revista Hortifruti Brasil analisou, na edição de novembro da publicação, os impactos da pandemia sobre as exportações de oito frutas: banana, limões e limas, maçã, mamão, manga, melancia, melão e uva. Somadas, essas correspondem por 75% das exportações brasileiras na parcial de 2020 (janeiro a setembro).
A edição também traz uma análise do consumo de suco de laranja (a pandemia de coronavírus trouxe um impulso ao consumo de produtos com apelo saudável) e de hortaliças processadas, como batata pré-frita congelada e polpa de tomate (presentes na mesa do brasileiro em períodos de isolamento).