Buscando levar atendimento médico às casas de pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirurgia, está sendo implantado em Coronel Vivida o programa "Melhor em casa".
Criada em 2011 pelo Governo Federal, a iniciativa busca ampliar o atendimento domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio da adesão de Coronel Vivida ao programa ocorreu na manhã de segunda-feira (14), pela diretora executiva do Instituto Médico Nossa Vida (IMNV), Fernanda Barrili; a presidente do conselho de administração, Edite Bertelli; e o diretor técnico do IMNV, Marcos Antonialli.
Para que isso seja possível, foi publicada a Portaria Nº 3.654, de 17 de dezembro de 2019, que habilita "Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (Emad)".
Conforme Fernanda, a solicitação para ingressar no programa foi feita em 2015. "Fizemos o cadastramento do projeto e, em dezembro de 2019, foi habilitada a portaria ao município de Coronel Vivida. A partir daí tivemos a pandemia e alguma paralisação na implantação desse programa. No mês passado, o Ministério da Saúde recomendou que fossem habilitados esses programas, inclusive com portarias atualizadas ao cenário Covid-19".
O município foi contemplado na Emad tipo 2, ou seja, destina-se aos usuários que possuem problemas de saúde e dificuldade/impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde; e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento contínuos, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção.
Para isso, haverá uma equipe multiprofissional, composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e fisioterapeuta. Ainda, será necessária a presença de cuidador identificado, ou seja, alguém responsável pelo paciente, o qual irá passar por treinamento.
"A equipe será um braço entre a atenção básica e a assistência hospitalar, em que esses pacientes que necessitam mais cuidados acabam sendo atendidos em domicílio. Pacientes que utilizam sondas pós-cirúrgicas; pacientes oncológicos, que demandam atendimento mais especializado; curativos; drenagem; enfim, vai facilitar muito a assistência. Hoje temos uma rede bem estruturada em nosso município e a atenção domiciliar agregará valor ao paciente, ao familiar, gerando segurança, uma vez que eles preferem, muitas vezes, vir ao hospital, por não conseguir manusear o paciente de forma correta em casa".
Processo seletivo
Para suprir a demanda de profissionais para o desenvolvimento do programa em Coronel Vivida, Fernanda explica que foi aberto pelo IMNV ontem [e segue até o dia 25 de setembro] processo seletivo especial para contratação, por meio de análise de currículo. Os profissionais classificados no processo de seleção poderão atuar no programa e ainda conforme a necessidade da instituição.
A princípio, segundo Fernanda, serão contratados seis profissionais, um médico, um fisioterapeuta, um enfermeiro e três técnicos de enfermagem, que vão compor uma equipe, a qual conseguirá atender cerca de 30 pacientes, com pelo menos uma visita semanal. As atividades estão previstas para iniciar em novembro.
Entretanto, caso haja mais pacientes que necessitem também de acompanhamento, o número de equipes poderá aumentar e, com isso, os profissionais serão contratados por meio deste mesmo processo seletivo.
Para médico clínico geral, a carga horária semanal será de 20h, com salário base de R$ 6.016,80. Para enfermeiro, 36h semanais, com salário de R$ 1.840. Para fisioterapeuta, 30h semanais, com salário de R$ 2.095. E para técnico de enfermagem, 36h semanais, com salário de R$ 1.370.
Mensalmente, o Ministério da Saúde fará o repasse de R$ 34 mil, para a folha de pagamento desses profissionais, assim como para aquisição de materiais de enfermagem e outros materiais exclusivos para esses atendimentos. Também haverá a contrapartida do Município.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente no IMNV, situado na rua Iguaçu, nº 189, em Coronel Vivida. O horário de atendimento é das 8h às 12h e das 13h às 17h. O edital, na íntegra, poderá ser acessado em https://bit.ly/3bZ48es.
Para Edite Bertelli, será "um grande ganho aos pacientes da nossa cidade. Ressaltando que, além do médico, do enfermeiro e dos técnicos de enfermagem, haverá fisioterapeuta, que colaborará justamente com esses pacientes que têm dificuldades para locomoção".
O médico e diretor técnico do IMNV, Marcos Antonialli, acrescenta que é uma conquista do instituto e do município. "Ao invés do paciente acamado ter todo esse sacrifício de deslocamento até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou ao instituto, a equipe irá até ele. Se tiver que fazer alguma intervenção, algum procedimento, aí sim será trazido ao hospital. Mas, na maioria das vezes, tudo será realizado em casa mesmo".