Até no mês de julho, o número de pessoas que fizeram algum teste para saber se estavam infectadas pelo coronavírus foi de 520 mil no Paraná.
Dessas, 60 mil testaram positivo para Covid-19. É o que mostra a terceira pesquisa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD Covid-19 Mensal, divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qual nessa edição apresenta seis novos temas relativos à pandemia.
Sobre o número de pessoas, que apresentaram pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal [febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor e dor muscular], a pesquisa revelou que, em julho, houve 780 mil casos no Paraná, 118 mil a mais que no mês anterior (662 mil).
Ainda segundo a pesquisa, no Paraná, em julho, o número de pessoas que apresentaram sintomas referenciados conjugados, que são aqueles mais associados a Covid-19 (perda de cheiro ou sabor ou tosse, febre e dificuldade para respirar ou febre, tosse e dor no peito), foi de 62 mil, totalizando 17 mil casos a mais do que em junho (45 mil).
Comorbidade
A pesquisa mostrou também que cerca de 3 milhões de pessoas no Paraná tinham alguma comorbidade, que pode agravar o quadro clínico de um paciente com a Covid-19 [como diabetes, hipertensão, asma, doenças cardíacas, câncer, entre outras]. Dessas 3 milhões, por volta de 1,5 milhão relataram possuírem hipertensão.
Comportamento
Sobre o comportamento do paranaense diante da pandemia, o levantamento apurou que 146 mil pessoas não tomaram qualquer medida restritiva para evitar o contágio pelo coronavírus. O número de pessoas que reduziram o contato — mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas — foi de 3,7 milhões; outras 4,7 milhões ficaram em casa e só saíram por necessidade básica; e 2,8 milhões permaneceram rigorosamente isoladas.
Itens básicos
Outro novo tema abordado na PNAD Covid-19 Mensal foi a existência nos domicílios paranaenses de itens básicos de higiene e proteção contra o coronavírus. No estado, a maioria expressiva dos domicílios possuía a maior parte dos itens relacionados na pesquisa: 99,8% possuíam sabão e detergente; em 96,8% dos domicílios havia álcool 70% ou superior (em gel ou líquido); em 99,6% existiam máscaras; e 98,4% dos domicílios do estado tinham água sanitária ou desinfetante. Apenas a existência de luvas destoou desses números, totalizando somente 46,2% de domicílios com este item de higiene.
Educação
Mais um dado inédito na pesquisa foi a aferição de como os estudantes paranaenses estão levando a vida escolar durante a pandemia. O número de estudantes entre 6 e 29 anos, que frequentam escola ou universidade, era de aproximadamente 2,4 milhões no Paraná em julho. Desse total, cerca de 2 milhões tiveram atividades escolares (aula on-line, deveres, estudo dirigido, etc.) disponíveis para realizar. Portanto, cerca de 400 mil estudantes não tiveram nenhuma atividade escolar em julho.
A PNAD Covid-19 Mensal também apontou, pela primeira vez, o acesso ao crédito do paranaense durante a pandemia. Em quase 280 mil domicílios do estado, houve pelo menos um morador que solicitou empréstimo. Desses, 241 mil conseguiram o empréstimo e cerca de 38 mil não.
Mercado de trabalho
A PNAD Covid-19 Mensal mostrou também que a taxa de desemprego no Paraná em julho ficou em 11,7%, ligeiramente superior à taxa do mês anterior, que foi de 11,1%. O total de pessoas desocupadas (desempregadas) foi de 669 mil, 21 mil a mais que em junho (648 mil).
Em julho, no Paraná, o total de pessoas não ocupadas [que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar na semana anterior] foi de 459 mil, um aumento de 32 mil pessoas em relação a junho (427 mil).
Na renda dos paranaenses, houve um pequeno aumento. O rendimento real domiciliar per capita médio efetivamente recebido em julho foi de R$ 1.478, ou seja, R$ 8 a mais que em junho (R$ 1.470).
Sobre o auxílio emergencial, a pesquisa aponta que, em julho, cerca de 1,4 milhão de domicílios do estado possuíam ao menos um morador que recebeu o auxílio. A média do rendimento proveniente do auxílio emergencial recebido pelos domicílios foi de 818 reais.
O IBGE ressalta que não se pode comparar os dados da PNAD Contínua com os da PNAD Covid-19, por se tratar de levantamentos com metodologias diferentes; e que a PNAD Contínua ainda é a pesquisa oficial sobre o mercado de trabalho no Brasil.