O agravamento da crise hídrica em todo o estado deixa em alerta vários sistemas de abastecimento das regiões Sudoeste e Oeste e requer a colaboração dos moradores para economizar água. O principal motivo é a queda na vazão de rios, poços e minas.
Um dos casos mais críticos é o do rio Siemens, que abastece as cidades de Capanema e de Planalto e teve queda de 75% em sua vazão. Até o fim desta semana, a Sanepar coloca em operação um poço que vai contribuir com a produção de um milhão de litros a mais por dia para atender os dois municípios.
Outras cidades do Sudoeste correm o risco de entrar em sistema de rodízio, como Nova Prata do Iguaçu, Dois Vizinhos, Salto do Lontra, Salgado Filho e Nova Esperança do Sudoeste.
Em Dois Vizinhos, o rio Jirau Alto teve redução de 50% na vazão. E em Salto do Lontra, o volume do rio do Lontra teve queda de 70%.
Em Santa Izabel D'Oeste, o abastecimento está bastante comprometido com a queda de 45% da vazão do rio Anta Gorda, de 15% do poço e de 80% da mina.
Em Nova Prata do Iguaçu, o rio Santa Cruz praticamente secou, e o fornecimento de água está sendo feito apenas com a contribuição do rio Cotegipe, que também teve 40% de redução no volume.
Em Salgado Filho, a queda da vazão do rio Tamanduá chegou aos 75%. Em Bom Jesus do Sul, a Sanepar está complementando o abastecimento com caminhão-pipa que leva água de Santo Antônio do Sudoeste.
Na região Oeste, o cenário também é de gravidade. Os poços e rios que abastecem Cascavel, incluindo o São José, apresentam redução acima de 40% nas suas vazões. O Lago Municipal, utilizado para auxiliar no abastecimento, mostra claramente os efeitos da prolongada estiagem. O nível da água está cerca de dois metros abaixo da normalidade. A Sanepar mantém o registro aberto no Lago para manter o nível do rio Cascavel em condições operacionais para fornecer água para o tratamento e distribuição à população.
Em Guaraniaçu, o rio Baú está com nível 50% abaixo do normal. Em Três Barras do Paraná, o rio Trigolândia apresenta redução da vazão em torno de 20%. Praticamente não sobra nenhum filete de água após a barragem. Por outro lado, o consumo está 10 mil litros de água por hora acima da média para o período.
A gerente geral da Sanepar, Rita Camana, alerta que agora é hora de todos colaborarem. "O uso da água deve ser priorizado para a alimentação, higiene pessoal e limpeza dos ambientes. De um lado, temos a redução drástica nos mananciais de abastecimento e, do outro, aumento da demanda por água tratada. A conta não fecha. Vai faltar água e teremos de adotar medidas mais severas para poder manter o abastecimento nas cidades", destaca Rita.