No Brasil, de acordo com dados mais recentes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há mais de 30 mil crianças acolhidas, ou seja, afastadas do convívio familiar.
Elas estão distribuídas em mais de 4.700 unidades de acolhimento, geralmente devido a violações e direitos.
Dessas mais de 30 mil crianças, cerca de 5.100 estão aptas para adoção, das quais 500 são do Paraná.
Por outro lado, a quantidade de pessoas pretendente à adoção também é elevada. Mais do que isso, é sete vezes mais do que a quantidade de crianças que esperam por um lar.
Assim, buscando explicar o porquê isso ocorre, o podcast "Reverberando" — projeto paralelo da Rádio Máxima FM de Coronel Vivida — abordou esse tema em sua 12ª edição.
Para isso, a equipe do "Reverberando" conversou com duas profissionais do Fórum da Comarca de Coronel Vivida: a psicóloga, Mônica Carvalho Verussa; e a assistente social, Ires Karine Silva.
Também com o casal, Roseli e Laércio Dierings. Eles, que são do município de Sulina, adotaram duas meninas e contaram sobre a sua experiência para a adoção.
Motivo
De acordo com a psicóloga Mônica, as adoções não se concretizam devido ao perfil pretendido.
"A maioria dos habilitados [não só no Paraná, mas no Brasil todo] espera crianças menores, brancas, sem problemas de saúde e sem grupos de irmãos".
Contudo, segundo ela, a realidade dessas crianças, que estão aptas à adoção, é diferente.
"A maioria é criança mais velha e tem irmãos. Muitas com problemas de saúde. Então, por isso, que essa conta acaba não fechando. Pelas exigências dos pretendentes, com relação às crianças que esperam para filhos".
Requisitos
Para poder adotar, conforme a assistente social Ires, a pessoa ou o casal interessado deve procurar a Vara da Infância e Juventude da sua comarca, apresentando os documentos [RG, comprovante de residência, comprovante de rendimentos e antecedentes criminais].
"A partir daí, o Ministério Público avalia esse pedido, feito por esse casal ou por essa pessoa, sendo maior de 18 anos. Aí o MP acolhe o pedido e o Juiz vai determinar quais serão os próximos passos".
Ela conta que, geralmente, antes disso, as pessoas interessadas fazem o curso de preparação, no qual é possível de se discutir temáticas vinculadas à adoção, ter contato com depoimentos de casais que já passaram pela experiência, desmistificando algumas questões que eles trazem.
"Em seguida, quando o curso é concluído, os certificados são anexados aos autos; e, geralmente, o juiz encaminha o processo para nós, no caso a equipe a serviço da Infância e da Juventude, que procedemos com avaliações, que ocorrem por meio de entrevistas".
Família
Roseli e Laércio Dierings começaram o processo de adoção em 2009, pois não foi possível ter filhos biológicos.
"No final de 2011, a gente adotou a nossa primeira filha, com sete anos e dois meses", contou Roseli, acrescentando que, a princípio, o casal pretendia adotar uma filha apenas.
Laércio disse que essa primeira filha sempre pedia uma irmã. "Depois de nove anos, fomos chamados para receber a nossa segunda filha, com seis anos de idade", completou Roseli.
Confira, abaixo, a 12ª edição completa, em que as profissionais relatam à equipe do "Reverberando" outras importantes informações sobre o processo de adoção. Ainda, o depoimento do casal, Roseli e Laércio Dierings.
Redação/Portal Vividense com informações da Rádio Máxima FM